:: REVIEW: Superman & Batman n°49


Em tempos de batmóvel vermelho e voador sendo pilotado por um Batman à caça de um sapo falante (Batman and Robin #1) e alguém que leva um S no peito e não tem nada a ver com Clark Kent, eis que surge uma luz.

(Nota: a resenha abaixo foi elaborada pelo amigo e colaborado do SOC! TUM! POW! Adílson Taub)

Este mês chegou às bancas do Brasil mais uma edição da famigerada Superman & Batman. Em meio a tantas porcarias com as quais cruzamos hoje em dia, sejam saídas das entranhas do Sr. Dan Didio ou do cara que não deveria nunca ter largado o posto de desenhista para se tornar editor-chefe, o Sr. Joe Quesada, Superman & Batman não tem sido um exemplo de boa revista. Porém, neste mês a coisa mudou. Ah, se mudou!

Não que tenha mudado "pra valer" ou que o próximo número "prometa", nada disso. Estou falando da história fechada "A vida não examinada" na edição 49 de Superman & Batman, publicada originalmente em Superman/Batman Annual #2.

A história, escrita por Joe Kelly e desenhada por Scott Kolins, é uma re-imaginação de um dos primeiros encontros entre o azulão e o morcego adequado aos dias de hoje, sem qualquer coerência com a continuidade de um Universo DC em tempos de pré-pós-crise-número-quinze. Ou seja, é comprar, abrir, ler, divertir-se, fechar e reler quando der vontade, sem se preocupar quem é qual versão de quem em qual universo.

O conto mostra, entre outras coisas, um vilão que cruza o caminho da dupla (que aqui não tem nada de dinâmica) e acaba transformando o último (nesta história Clark ainda pode ser chamado de último) filho de Krypton em um reles mortal sem poderes nem capa.

Um clichê até, porém, o detalhe e grande "sacada" da história reside na construção da relação entre Batman e Superman ou Bruce Wayne e Clark Kent que, certamente, levará ao que conhecemos hoje na cronologia "oficial".

Vemos um inicial desdém mútuo se transformando pouco a pouco em uma das amizades mais legais dos quadrinhos e o roteirista consegue justificar todo o respeito adquirido posteriormente (já claro nos últimos diálogos da história) entre essas lendas.

Com uma arte interessante ao ponto de finalmente distinguir os dois protagonistas e demonstrar fluidez sem abrir mão dos detalhes, temos nesta edição uma verdadeira aula de como criar uma hitória divertida e profunda. Os diálogos, além de muito interessantes, destacam a natureza humana de ambos os personagens e conseguem expor facetas que não são muito comuns na mainstream das HQs. Um bom exempo é quando um certo Clark Kent, abalado por ter se tornado um "mero" humano, compara a perda de sua super-audição e super-visão a uma surdez e cegueira "comuns".

Do lado do morcego, o roteirista oferece o que todo bom fã de Batman espera, um herói que troca palavras por nobres ações, as quais justificam o interesse de um quase deus a um definitivamente humano.

Bem, o final talvez não traga nenhuma novidade, porém acerta no tom mais uma vez e fecha com chave de ouro uma das histórias mais legais e interessantes que já li sobre a dupla de amigos.

Ah! Destaque para a participação especial de um Dick Grayson inocente e divertidamente bem retratado como parceiro mirim de uma, então nova, lenda.

Recomendo, e se eu não acertar na recomendação, paciência!

1 comentários:

Rafael disse...

A cronologia deveria acabar.Seria muito bom histórias fechadas, ou se extendendo por no máximo cinco edições,bem intercaladas, como ocorre na literatura comum, o personagem até tem um passado e tal, porém, sempre vive arcos de histórias fechados e bem definidos, exemplo mor é o Sherlock Holmes, não é preciso ler o primeiro livro para compreender as histórias e se apaixonar pelo personagem.