:: Comemoração dos 50 anos de carreira de Maurício de Sousa

Há exatos 50 anos, em 18 de julho de 1959, foi publicada na jornal A Folha da Manhã - atual Folha de São Paulo - a primeira tira de Maurício de Sousa com Bidu e Franjinha, marcando assim o início da Turma da Mônica. Para comemorar o cinquentenário da carreira do quadrinhista será lançado MSP 50.

O álbum será lançado na Bienal do Livro do Rio de Janeiro e trará a reunião do trabalho de 50 quadrinhistas em homenagem a Maurício de Sousa e sua mais famosa criação. Cada um dentro de seu próprio estilo, os diversos artistas apresentarão histórias curtas com alguns dos mais conhecidos personagens da Turma da Mônica.

Segundo divulgado na Folha de São Paulo e no Universo HQ os artistas já confirmados para o projeto são: Laerte, Ziraldo, Fernando Gonsales (Níquel Náusea), Renato Guedes (Superman), Fábio Yabu (Combo Rangers), Spacca, Ivan Reis (Lanterna Verde), os gêmeos Gabriel Bá e Fábio Moon (10 Pãezinhos, Umbrella Academy), Samuel Casal, Eloar Guazzelli, Flávio Luiz, Fábio Lyra, Fido Nesti, Vinícius Mitchell, Lélis, Antonio Eder, Wander Antunes, Rodrigo Rosa, Jô Oliveira, Mascaro, José Aguiar, Lin, Gustavo Machado, Gustavo Duarte, Laudo, Júlia Bax (X-Men First Class, Quebra-Queixo), Jean Galvão, Jean Okada, Gilmar, Antônio Cedraz, Rafael Sica, Orlandelli, Marcelo Campos (Lanterna Verde, Homem de Ferro), Otoniel Oliveira, Christie Queiroz, Raphael Salimena, Vitor Cafaggi (Pequeno Parker) e outros.

Uma prévia do trabalho de alguns artistas já pode ser vista em seus respectivos blogs, como é o caso de Vitor Cafaggi, autor de "Pequeno Parker", que apresentará uma história do Chico Bento em um traço totalmente diferente daquele que estamos acostumados a ver. Cafaggi revelou em seu blog que sua história do Chico terá um clima semelhante ao das tiras do Pequeno Parker, o que pode indicar que talvez seja uma história que mostre um Chico Bento mais introspectivo, mas ainda assim divertido. A arte ao lado é do trabalho de Cafaggi.

Outro artista que revelou um pouco mais sobre seu trabalho em MSP 50 foi Fábio Yabu, autor de "Combo Rangers". Em seu blog explicou que será o responsável por uma história de cinco páginas que mostrará a Terra daqui há 50 anos, um cenário sombrio no qual Cebolinha será um supervilão extremamente ambicioso. Ele explica que em 2059 a Terra sofreu grandes transformações e a história mostrará como estas transformações afetaram os personagens da Turma da Mônica. "Franjinha agora é o mega-empresário Jinn Farah, e rival do homem que na infância foi conhecido como Cebolinha. Os dois são responsáveis por uma guerra sem proporções, que pode por fim ao pouco que sobrou da civilização", explica Yabu em seu blog. "Vai ter traição e uma morte. E, acima de tudo, vai ser uma história apaixonada, em homenagem ao verdadeiro espírito da Turma da Mônica, que me ensinou a ler e a amar os quadrinhos", completa Yabu.

O autor também revela que personagens como Magali, Cascão, Anjinho e a própria Mônica aparecerão na história, mas que nenhum deles estará como esperamos encontrar, principalmente a Mônica.

Em homenagem, não só a Maurício de Sousa, mas também a Alan Moore, Yabu intitulou, não por coincidência, a história de "O que aconteceu com a Menina Mais Forte do Mundo?", referência a "O que aconteceu ao Homem do Amanhã?" e "Whatever Happened to the Capped Crusader?", histórias do escritor inglês que mostram, respectivamente, os últimos dias do Superman e de Batman.

Quanto às imagens acima a impressão que ficou sobre a identidade do "rebelde" é que há grandes chances de que ele seja o Anjinho com as asas amputadas ou amarradas, dado seu cabelo loiro e os curativos (ou amarras) em suas costas.

Jean Okada, autor de "Quadrinhópole" e "Exploradores do Desconhecido" também divulgou em seu blog uma imagem do material que está preparando para MSP 50. O artista explicou em seu blog que o primeiro personagem com o qual pensou em trabalhar para este álbum foi Piteco a chegou a elaborar uma arte para o personagem - a qual é apresentada abaixo - porém, por fim, optou por desenvolver uma história do Astronauta.

Sem qualquer sombra de dúvida já é possível afirmar que esta será uma obra sem precedentes, de ótima qualidade e na qual, embora o preço ainda não esteja definido, valerá a pena investir.

No entanto, os leitores paulistas devem ficar preocupado, pois se o comportamento de MSP 50 no mercado for o mesmo da Coleção Histórica Turma da Mônica nº 01 há grande risco de ficarem sem o álbum. Na ocasião, a referida coleção também foi lançada na Bienal do do Livro do Rio de Janeiro e, praticamente, esgotou por lá mesmo, de modo que restaram pouquíssimos exemplares para o estado de São Paulo. O resultado foi que vários paulistanos - inclusive eu - ficamos sem o material. Tomara que desta vez a Panini tome tanto cuidado com a distribuição quanto o que está tendo com a elaboração do álbum.